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Quando além de vender balas, se vendem sonhos.
Esse é o Daniel Martins, velocista brasileiro. Medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos, Rio 2016, nos 400m rasos com a marca de 47s66. Com esse tempo, Daniel quebrou o recorde mundial dessa modalidade, e entra para a história do esporte paralímpico brasileiro. E, olhando as fotos talvez você se pergunte: qual é a deficiência dele? Daniel vem de uma família humilde da cidade de Marília (SP). Para ajudar a família ele foi catador de latinhas e vendedor de balas. Ainda na adolescência Daniel apresentava dificuldades para aprender e foi diagnosticado com deficiência intelectual. Ainda na época da escola, tentou jogar futebol, e era muito ágil. Dali para a atletismo foi uma uma questão de tempo. Diferentemente dos outros atletas, Daniel não traça uma estratégia de prova. Para ele é importante dizer: saia forte e acelere no final. Aquele que sentiu na pele a dificuldade de entender conceitos, de aprender o que os outros aprendiam sem maiores problemas, hoje ensina. Ensina que, independente de sua condição sempre é possível realizar sonhos. Ensina que a deficiência e os limites que ela impõe são "relativos" e estão relacionados ao seu esforço em lidar com ela. Ensina que atletas paralímpicos são mais que atletas, são seres humanos que por alguns momentos se transformam em herois.
Você já parou para assistir provas dos Jogos Paralímpicos? É como se vissemos a materialização da palavra superação, a mais genuína que há. Aquela que mesmo não estando em corpos ou mentes "perfeitos", nos mostra que vencer é muito maior do que aquilo que podemos enxergar.
Gratidão, Daniel Martins. Você, como escreve Eduardo Galeano, nos ajudou a "olhar" a maravilha que o esporte pode fazer.