Álvaro Mejía é colombiano. Aos 17 anos ele perdeu o pai, abandonou a escola e passou a trabalhar na negócio da família, uma fábrica de alumínio. Conseguiu uma vaga para treinar na Universidade Nacional, mesmo sem estudar nela, por conta de seu talento para o esporte. No Brasil foi campeão da Corrida de São Silvestre em 1966, colocando seu país numa posição de destaque. Estreou nas maratonas em Burlingame, e por incentivo dos amigos, foi correr Boston. Perdeu o emprego e mal tinha o dinheiro para a passagem até Boston. Mesmo assim, ele foi. Chegou na noite anterior a prova para largar no outro dia, num tempo em que não havia relógio com GPS ou carboidrato em gel. Naquele 19/04/1971, Boston realizava a 75° edição e fazia muito calor. O percurso extremamente técnico dessa prova exige muito dos corredores, especialmente em dias de clima extremo, seja calor ou frio. Ele sofreu com isso e com bolhas nos pés. Durante o percurso da prova viu uma senhora regando o jardim e pediu a ela que o "regasse também" numa tentativa de suportar o calor e as bolhas. A prova foi muito disputada e mesmo com os pés machucados ele definiu a prova nos últimos 150m: deu um sprint que o fez campeão da @bostonmarathon de 1971. Cinco segundos separavam ele de Patrick Mahon que disputava a liderança da prova com Mejía. Álvaro tem seu nome marcado na história dessa prova, pois até hoje Álvaro é o único sulamericano que venceu Boston. No voo de retorno a Califórnia, o comandante antes da decolagem, anunciou que naquele voo estavam levando o campeão da maratona de Boston e pediu uma salva de palmas dos passageiros em sua homenagem. Mejía é um ídolo para a Colombia, considerado o melhor atleta de provas de fundo e meio fundo. Seu desempenho levou a Colombia a inúmeros pódios durante sua trajetória como atleta. Gratidão, Mejía, por ter mostrado ao mundo que campeões são construídos de trabalho, disciplina, coragem e vontade de vencer.
Boas, felizes, lindas e respeitosas corridas!
